A Biblioteca Pública da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio, com mais de 4000 volumes de literatura, arte, filosofia, história, ciência, livros infantis e juvenis, etc. e algumas centenas de publicações periódicas pode ser consultada durante as horas de abertura. Também a Mediateca, que se encontra em formação, pode já ser consultada e verem-se filmes no local ou levá-los para casa, emprestados. Ver Catálogo da Biblioteca Pública e Mediateca. Ver mais informações.
Mediante marcação:
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
O Centro de Documentação, constituído pelo arquivo Mário Dionísio e pela sua biblioteca e de Maria Letícia Clemente da Silva (mais de 6000 volumes e mais de 200 publicações periódicas) pode ser consultado mediante marcação. Ver Catálogo da Biblioteca do Centro de Documentação.
Programação:
Conflito e Unidade da Arte Contemporânea
A arte do nosso tempo não é apenas um problema dos artistas, mas de toda a sociedade. Terreno de conflito, de incompreensão, de luta incessante, mas também de encontros, descobertas e novas unidades. A arte e os modos de a produzir, receber e pensar não estão desligados das questões que mais profundamente nos preocupam hoje, num mundo violento, complexo e dividido.
Em 1957 Mário Dionísio escreveu o ensaio Conflito e unidade da arte contemporânea e disse-o em voz alta numa conferência marcante, profunda e polémica. A Casa da Achada reeditou há pouco o texto desta conferência escrita ao mesmo tempo que Mário Dionísio lançava o seu grande ensaio sobre arte e sociedade, A paleta e o mundo.
Decidimos dedicar estes três meses àquele ensaio tão rico, tão profícuo e tão actual que nos desafia também hoje a reflectir sobre as sociedades e as sensibilidades humanas. Para pensar a arte contemporânea não como uma questão de especialistas mas como qualquer coisa que nos diz respeito, afecta, perturba, interroga, inquieta e desperta. Para entender as cores com que se pinta o mundo de hoje. E para o transformar.
«...só o que se espera ardentemente nos chama, sobretudo nas épocas de perplexidade, onde a força da desilusão e do desencanto não é comparável senão à da expectativa renovada de que não sabemos desistir.» MD
«Escolas: reaprender e ensinar». Através de documentos e imagens inéditos, traçamos o percurso singular de dois professores que também foram alunos antes e depois do 25 de Abril. Mário Dionísio e Maria Letícia Clemente da Silva estiveram ligados ao ensino, deram aulas em vários liceus de Lisboa, e empenharam-se em tornar a escola um lugar de efectiva formação dos jovens. O que pensavam sobre educação e como punham em prática as suas ideias, muito diferentes das que, durante décadas, foram impostas a professores e alunos pelo antigo regime? Uma exposição que nos ajudará a pensar os problemas das escolas hoje.
Ciclo A Paleta e o Mundo IV
Todas as segundas-feiras às 18h30
Leituras com projecção de imagens de textos relacionados
Continuamos a leitura comentada, com projecção de imagens, da 2ª parte de A Paleta e o Mundo, «Prestígio e fim duma ilusão», de Mário Dionísio.
«A Paleta e o Mundo não é uma história, não é um tratado, nem se dirige a especialistas. Quereria antes uma longa conversa - porque nunca esqueço que escrever é travar um diálogo constante, uma das várias e mais fecundas maneiras de não estar sozinho. Uma longa conversa com aquelas tantas pessoas, como eu próprio fui, que, vendo na pintura moderna qualquer coisa de chocante cujo porquê se lhes escapa, achariam contudo indigno injuriá-la sem terem feito algum esforço para entendê-la.» Mário Dionísio
«O que a arte moderna nos mostra na sua acidentada evolução é o desaparecimento do assunto ou apenas uma deslocação, aliás profunda, do conceito de assunto? É verdade que a arte dos últimos oitenta anos deixou progressivamente de narrar. Mas terá ela deixado de dizer? Haverá arte que não diga?». Mário Dionísio, na conferência Conflito e unidade da arte contemporânea, falava das artes plásticas. E no cinema? Também foi esse o caminho?
Propomos, para estes três meses, um percurso pela história do cinema (bastante mais curta que a da pintura ou da escultura) que tenta mostrar filmes que representam rupturas, avanços ou mudanças, sejam técnicas ou estéticas. Não seria possível pretender ser exaustivo num tema destes. Por um lado, o cinema evoluiu de forma célere ao sabor dos avanços da técnica, mas também e muito das mudanças nas sociedades, nas políticas, nas vidas.
Domingos 7, 14, 21, 28 de Fevereiro de 2016 das 15h30 às 17h30
Durante o mês de Fevereiro, vamos abordar o retrato de maneiras muito diferentes. A começar com a fotografia e acabando com textos, passando pela foto-novela e pela modelagem.
«Como os retratos se alteram! Como eles se complicam! Como eles mudam e nos mudam! Como eles vão perdendo ou recuperando a nitidez do perfil, o rigor anatómico, o respeito pelas aparências! Se no Marat, de David, o zelo da verdade objectiva é evidente, na Grande Odalisca de Ingres, toda a gente se apressa a apontar algumas vértebras a mais. Na Condessa d'Haussonville ou no Banho Turco, feito no entanto aos oitenta anos, uma sensualidade manifesta ri-se de toda a anatomia. Ingres arredonda, insiste, sublinha o objecto do seu prazer. Nas tantas cabeças da mulher de Cézanne, cada uma mais sugestiva que as outras todas, é o jogo dos planos geométricos que conta. Matisse dispensa os olhos, o nariz e a boca da Jovem Inglesa para nos dar toda a sua adolescente graciosidade. O público procura com dificuldade os contornos do corpo de Vollard no célebre retrato de Picasso e verifica, atónito, a distorção do rosto de Jaime Sabartès. Depois, é a cabeça de Ana D. que se esfuma na arquitectura brandamente colorida de Villon. E, numa patética composição de Hartung, onde não há naturalmente a menor alusão à configuração física dum homem, estou certo que é ainda de retrato que se trata.» Mário Dionísio
// 7 de Fevereiro Fotografia com Youri Paiva
// 14 de Fevereiro Foto-novela com F. Pedro Oliveira
// 21 de Fevereiro Retrato moldado com Susana Baeta
// 28 de Fevereiro Textos com Regina Guimarães
A partir dos 6 anos. Número máximo de participantes: 10.
Conceptualismo: Antecedentes, Razões e Consequências
Um vastíssimo número de obras de arte que surgiram em cerca de meados do século XX, mudaram omodus operandi de inúmeros artistas. Genericamente, poderá dizer-se que se substituiu a mão pela mente. O pensar tornou-se arte. Assim, paulatinamente, essa noção foi conquistando um grande número de adeptos. Diferente de uma atitude estridente e proclamatória das vanguardas do início do século XX, este movimento instalou-se definitivamente nos processos criativos actuais. Processos que tendem para a multidisciplinaridade, englobando diversos media. Se podemos considerar Picasso na origem da grande revolução na linguagem da pintura e da escultura, devemos, como muitos artistas o fazem, reconhecer em Marcel Duchamp a origem do que mais tarde passará a designar-se por Conceptualismo.
«Direis que não é poesia» é uma rubrica de espectáculos que já teve onze sessões diversas na Casa da Achada. Desafiámos e desafiaremos pessoas e grupos de pessoas para não fazerem, a partir da poesia de Mário Dionísio, simples recitais mas sim criarem novos objectos: música, dança, vídeo, leituras encenadas, pintura…
Voltamos aos «Livros das nossas vidas». Livros que foram os da vida de Mário Dionísio - daqueles que ele levaria para uma ilha deserta - e que podem ser, ou não, os livros das nossas vidas. Nesta sessão, Saguenail disseca alguns poemas de Robert Desnos.
Após seis anos de abertura ao público, as pinturas de Mário Dionísio que têm estado penduradas nas nossas paredes podem acabar por nos passar despercebidas. Já não reparamos naquele rectângulo branco sobre aquele amarelo em A fera no fojo, naquele pormenor azul sobre o cinzento em Recordando a praia.
Para nos desanuviar, iniciar ou continuar o olharpara a pintura de Mário Dionísio, convidámos o artista plástico João Queiroz.
«Quer isto dizer que, se é à capacidade pessoal de sensibilidade, de imaginação e de destreza manual do artista que devemos os caprichos da arte, a responsabilidade última destes caprichos não lhes cabe inteiramente, mas a todos nós. Todo o público colabora com o artista, sem o saber, na mais profunda elaboração das várias novidades que tantas vezes o ferem. E se um dia vem em que as aceita, é porque, com mais ou menos demora, ao cabo duma maior ou menor relutância, acabou por reconhecer-se nelas, por nelas descobrir, por vias daquela espécie particular de secreta felicidade que há em todo o convívio artístico, a sua parte de responsabilidade no sucesso. Sim, cada vez que descobrimos a força de autenticidade e de beleza de uma presença que até então ignorávamos – ou desprezávamos –, cada vez que, de facto, ouvimos uma mensagem que nos era dirigida há tanto tempo e a que até então só tínhamos sabido corresponder com a ofensa da indiferença, é um problema de consciência que se põe. O problema da nossa responsabilidade pessoal em tudo o que se faz ou se deixa de fazer na vida.» Mário Dionísio, Conflito e unidade da arte contemporânea
A quem quiser contribuir para que a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio
continue a existir
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