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Programação:
Clique em cada uma das actividades para ver o respectivo cartaz.

Composta por 13 painéis com textos e imagens que dão conta da vida e da obra de Mário Dionísio (1916-1993), esta exposição foi concebida em 2011 para ser itinerante, e já viajou muito. Quando a mostramos na Casa da Achada (e esta será a 3ª vez) a exposição fica ainda mais enriquecida com documentos do arquivo, livros, fotografias, pinturas e desenhos de Mário Dionísio e outros de outros autores, pertencentes ao seu espólio.
Exposição permanente
Horário:
Segunda-Feira – das 15h às 20h
Quinta-feira – das 15h às 20h
Sexta-Feira – das 15h às 20h
Sábado e Domingo – das 11h às 18h

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Exposição
Como esta mão, que segura ou se prolonga no pincel
de 1 de Outubro de 2022 a 17 de Abril de 2023
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Como esta mão, que segura ou se prolonga no pincel
Uma exposição de pintura de Mário Dionísio, lembrando passagens do 3º volume do seu diário, Passageiro Clandestino, em que o autor reflecte sobre o acto de pintar.


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Ciclo A Paleta e o Mundo XII
Segundas-feiras 7, 14, 21 e 28 de Novembro às 18h30
Leituras comentadas, com projecção de imagens
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«Que fúria de pintar!»: Mário Dionísio escreveu vários textos sobre o pintor brasileiro Cândido Portinari (1903 – 1962), de quem era admirador e se haveria de tornar amigo. Vamos ler e estudar em conjunto tudo o que encontrámos no arquivo do Centro Mário Dionísio sobre Cândido Portinari, com projecção de imagens da sua pintura, mas também com ligações a outros pintores, e outros problemas da pintura e da sociedade.
Leituras por Pedro Rodrigues.

SER SOLIDÁRIO ASSIM
Só a existência partilhada com outros pode desvelar-nos os limites do nosso pensamento, abrindo-nos um pouco à alegria de errar. Então, sim, existimos.
Segundas-feiras 7, 14, 21 e 28 de Novembro às 21h30
7 de Novembro
Le trou
Jacques Becker
1960, 132’
14 de Novembro
Le Havre
Aki Kaurismäki
2011, 93’
21 de Novembro
Local hero
Bill Forsythe
1983, 111’
28 de Novembro
El huerto de Usman
Raquel Diniz
2018, 4’
La jungle étroite
Benjamin Hennot
2013, 58’


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os amigos desconhecidos
Hanns Eisler
por Pedro Rodrigues
Sexta 11 de Novembro às 18h30
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OS AMIGOS DESCONHECIDOS: HANNS EISLER
Hanns Eisler foi um compositor que, como Mário Dionísio, pensou as funções sociais da arte e que enfrentou o problema da intervenção política através dela. Nas suas palavras, há «mil fios que ligam a música à sociedade».
«Os amigos desconhecidos» é uma rubrica em que falamos dos amigos que Mário Dionísio nunca conheceu, mas que têm aspectos em comum com a sua vida e obra.
OS AMIGOS DESCONHECIDOS
Quando ouvi onde ouvi este rosto vulgar e fatigado
estes olhos brilhantes lá no fundo
e este ar abandonado e inconformado
que aproxima?
Quando ouvi esta voz
que se eleva em surdina em meu ouvido e diz
frases tão conhecidas?
Quando foi que senti
estes dedos amigos nos meus dedos
este aperto de mão
tão comovidamente prolongado?
Não somos nós dois estranhos que se cruzam
com o mesmo passado
e com a mesma féria?
Ah dois amigos velhos que se encontram
pela primeira vez
Mário Dionísio
publicado em As solicitações e emboscadas (1945).


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Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada
Leitura (mal) encenada de «Assobiando à Vontade»
de Mário Dionísio seguida do poema Cantarolar pela rua
Sessões: Sextas 11 e 25 e sábados 12 e 26 de Nov. às 21h30
Domingo 13 de Novembro às 18h00
Domingo 27 de Novembro às 20h00
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LEITURA (MAL) ENCENADA DE «ASSOBIANDO À VONTADE» DE MÁRIO DIONÍSIO
Desta vez, o Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada apresenta uma leitura encenada do conto de Mário Dionísio «Assobiando à vontade», incluído no seu livro O dia cinzento.
Este trabalho comunitário, que muito sofreu com as interrupções devido à pandemia, chega agora à fase de apresentação ao público com sessões nos dias 11, 12, 13, 25, 26 e 27 de Novembro, sempre na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio.
Sextas-feiras 11 e 25 de Novembro e sábados 12 e 26 de Novembro às 21h30
Domingo, 13 de Novembro às 18h00
Domingo, 27 de Novembro às 20h00


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no chão da achada
Noite: Homilia para um perdão
de Carla Madeira
Quinta 17 de Novembro às 21h30
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No chão da Achada é uma série de sessões de apoio à Casa da Achada, sessões generosas para o Centro Mário Dionísio se manter de pé.
NOITE: Homilia para um Perdão
Assombrações de infância. A incompreensão, o antagonismo, a intolerância e até a loucura dos progenitores. O peso latente de uma herança pessoal, familiar, social, cultural e política no domínio muito circunscrito da esfera familiar. Sobre o que é feito com a melhor das intenções. Sobre como tudo isto molda e condiciona a vida adulta. Sobre a impossibilidade de ficarmos imunes e a inevitabilidade de carregar o fardo durante uma vida. Sobre a necessidade de perdoar e, ao mesmo tempo, de ficar alerta e nunca baixar a guarda.
NOITE: Homilia para um Perdão partiu da Carta ao Pai, de Kafka, fazendo depois diversos mergulhos noutras narrativas (entre outros, de Camus, Bergman, Tchékhov, Ibsen, Al Berto, Pessoa, Beckett, Nietzsche, Sá-Carneiro).
O mote para esta proposta artística é a forma como os indivíduos são, frequentemente, assombrados por episódios de infância e, em particular, pelo modo como as expectativas e acções dos progenitores moldam e condicionam, para o bem e para o mal, as suas vidas na fase adulta.
Trata-se de um projecto multidisciplinar que cruza vídeo, música, performance e teatro.
FICHA ARTÍSTICA
Carla Madeira | criação, texto/dramaturgia, câmara e interpretação (em cena e no vídeo)
Hélder Alves | saxofone (em cena)
Hugo Magro | vídeo (montagem e edição)
Julien Bonnin | câmara, operação do vídeo e interpretação (no vídeo)
AGRADECIMENTOS
José Riço | consultoria dramatúrgica
Marca Amarela | consultoria musical
Wagner Borges | adereços
Nuno Pinheiro | fotografias still
Laura Garnel Seabra | música (voz, guitarra e letra)
Corpo Santo | espaço de ensaios


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A Casa da Achada no Chão de Oliva
Os Dias do Diário - O passageiro clandestino passa pos Sintra
apresentação do Diário de Mário Dionísio por Eduarda Dionísio
Laitura (mal) encenada do conto Assobiando à Vontade
pelo Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada
Sábado 19 de Novembro às 16h
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A Casa da Achada vai ao Chão de Oliva
19 de NOVEMBRO, sábado
16h:
OS DIAS DO DIÁRIO: O passageiro clandestino passa por Sintra
Conversa com Eduarda Dionísio em torno do diário de Mário Dionísio, Passageiro clandestino
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17h30:
LEITURA (MAL) ENCENADA DE «ASSOBIANDO À VONTADE» DE MÁRIO DIONÍSIO
pelo Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada
OS DIAS DO DIÁRIO: O passageiro clandestino em Sintra
Apresentação do diário de Mário Dionísio Passageiro Clandestino, que está a ser editado pela Casa da Achada - Centro Mário Dionísio em 5 volumes e acompanhado pelas Notas de Eduarda Dionísio.
Há exactamente 67 anos, Mário Dionísio escrevia no seu diário:
«19 de Novembro de 1955
Galamares. Cá está ela outra vez, a alegria serena profundamente reconstituinte que é o campo. Não o campo de férias, com veraneantes e piqueniques, o campo convencional que os médicos receitam quando qualquer motivo impede o paciente de ir para a praia. Mas este campo autêntico, deserto, de inverno soalheiro e no entanto frio. Frio só na medida necessária para nos forçar ao passeio sobre a terra mole, para nos estimular a pele das mãos e das faces e sentirmos um ligeiro arrepanhado em volta dos olhos felizes e alegres por se alargarem por quilómetros de natureza tranquila na sua constante luta de recomeço de tudo. Vale a pena, para respirar isto, para retomar o sadio e estimulante contacto com a terra (sem ser em metáfora como nessa poesia dessorada que por aí pulula e fede já), suportar o verdadeiro suplício que é para mim o jantar solitário de sexta-feira. E, ainda por cima, aquecê-lo, lavar o prato e o talher único de que me sirvo, qualquer outro serviço, só depois de fazer o qual podemos ter a nítida noção da ignomínia que representa haver ainda uma profissão que se chama «criada de servir». A noite é triste numa casa isolada no campo. Custa preparar o aquecimento, não só porque estas tarefas são sempre enfadonhas para quem não está habituado a fazê-las, mas por ser só para nós, só para uma pessoa. Os cabos eléctricos que passam por cima do telhado (mas onde se poderá afinal descansar totalmente da cidade?) fazem por vezes uma buzinadela seguida e enervante. Deita-se a gente, agarrado a um jornal, doente de tanta solidão e a fingir que não dá por isso. Mas, quando na manhã seguinte, se consegue a coragem bastante para saltar de dentro dos cobertores, enfrentar- o frio e escancarar as janelas, é que se vê, com uma alegria infantil que nos lava por dentro, que vale a pena. Mal se afastam as gelosias toscas, a que as chuvadas embaciaram o vermelho e enferrujaram os fechos, o sol precipita-se sobre a minha mesa de trabalho e a cama da Eduarda, que está no mesmo quarto. Ao meu quarto e da Maria, só chegará coisa duma hora mais tarde. Mas é logo este ar vivificador que se prende a todas as coisas e que eu saboreio como quem demora um fruto raro, um queijo especialmente apaladado que não se come há muitos anos.
Mesmo em frente aos olhos, a lomba norte da serra de Sintra, sempre mexida de verdes intermináveis, desde os profundos e misteriosos, propícios à devassidão devaneadora dos românticos, aos verdes frescos, que falam de hortaliças tenras e que tantas outras regiões só conhecem lá para o «tempo da frol», como diria o nosso D. Dinis, se aqui estivesse, encantado com a constância deste verde risonho, meigamente sorrindo no meio dos verdes amarelados, acastanhados, azulados e até arroxeados, que os há aqui todo o ano, sem ser por deformação visual impressionista. Ali está a Pena,recortada a diamante no amplo e claro fundo do céu sem um sinal de nuvem. Para a esquerda, um palmo abaixo, o casarão de Seteais, onde, enfim, os exploradores e ociosos de todo o mundo podem finalmente repousar principescamente instalados. Por aí fora, um ou outro telhado por entre árvores, casinhas modestas em que a gente descobre, quando as vê ao pé, verdadeiras casas senhoriais, de famílias opulentas que o operário que vai para as fábricas ou o professor para as aulas, em Lisboa, nem imagina que ainda existam neste doce país que se intitula uma República. Mas tudo isso é felizmente longe. Daqui posso supor que se trata de pequenas casas de camponeses da região ou de casinhotos de intelectuais que, extenuados e enervados com as milhentas contrariedades da cidade, vêm aproveitar o fim de semana para trabalharem melhor. Os telhados afogam-se na verdura da serra. E, se os vejo bem, é porque as minhas janelas estão em frente deles, na pequena vertente fronteira. Entre nós e a serra é a estrada, ziguezagueante, com muitos automóveis que vejo daqui mas felizmente não oiço. Depois é a pensãozinha da Mariana, o café, lá mais para baixo, um universo. Está frio, irra! Sentado à mesa, os pés incomodam-me de gelados e as mãos atrasam-se no teclado da máquina. Em Lisboa, que faria? Dizia-se à criada para acender o calorífero, fechavam-se as janelas o mais hermeticamente possível. Aqui, faço o contrário. Visto o casacão curto (não há como, numa manhã de frio, agasalhar bem o tronco e poder caminhar com as pernas livres pelo campo fora) e saio um pouco. Hoje não vou para a estrada. Meto pelo pinhal que há, em baixo, à direita e encontro-me inesperadamente a caminhar por campos que desconhecia, com um prazer de estender as pernas, de pisar troncos secos e terra mole das últimas chuvadas, de afundar os pés em molhos de relva, de evitar picos e de sentir as calças presas em ramos recalcitrantes, com um prazer de contemplar o céu lavado, o vasto horizonte, ao fundo do qual, lá bem para o fundo, o oceano aponta, com um prazer de respirar e de sentir a cabeça pouco a pouco a desanuviar-se e conceber novas ideias que me ocorrem para o livro que estou a escrever e para dois artigos. Com um tal prazer que prolongo o passeio durante uma hora.»
LEITURA (MAL) ENCENADA DE «ASSOBIANDO À VONTADE» DE MÁRIO DIONÍSIO seguida do poema Cantarolar pela rua
Desta vez, o Grupo de Teatro Comunitário da Casa da Achada apresenta uma leitura (mal) encenada do conto de Mário Dionísio «Assobiando à vontade», incluído no seu livro O dia cinzento.
Este trabalho comunitário, que muito sofreu com as interrupções devido à pandemia, chega agora à fase de apresentação ao público.
«Em dada altura, porém, na plataforma de trás levantou-se burburinho. Protestos. Indignação. Cabeças voltaram-se no interior do carro. E viu-se um homenzinho a empurrar toda a gente e a dizer que havia lugares à frente, que o deixassem passar. Em vão lhe asseguravam que não havia lugar nenhum, que não podia passar, que não fosse bruto. O homem empurrava e teimava que havia lugares à frente. Tanto empurrou que furou. Tanto furou que conseguiu entrar no interior do eléctrico, avançou e foi sentar-se num lugar de lado que estava efectivamente vago lá à frente, ao lado duma senhora por sinal opulenta.»


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Ouvido de Tísico
Nº 36 - OIÇA GULLAR!
um programa sobre Ferreira Gullar e o seu «Poema Sujo»
realizado por Serena Cacchioli
Domingo 20 de Novembro às 18h30
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OUVIDO DE TÍSICO Nº 36: OIÇA GULLAR!
Um podcast sobre o poeta brasileiro Ferreira Gullar e o seu «poema sujo», pela voz dele próprio e através das vozes de Andrea Ragusa, Itamar Assumpção, Mariana Varela, Rosalvo Acioli Júnior, Tony Scott...
Por Serena Cacchioli.
Nas sessões «Ouvido de Tísico» a proposta é escutar. Fácil? Difícil? Num mundo que nos quer entupir os ouvidos, nós queremos continuar a fazer cócegas ao caracol. Ouvir-se-ão textos de vários autores, saladas musicais, documentos desencantados do Centro de Documentação da Casa da Achada, discos do princípio ao fim, entrevistas, enfim, de tudo um pouco. Pode-se ouvir de pé ou sentado, sentado ou deitado. Pode ouvir-se de olhos fechados ou abertos, abertos ou semicerrados. Pode-se desenhar enquanto se ouve, ou escrever, ou não fazer mais do que… ouvir.
Domingo, 20 de Novembro às 15h30

Quem gosta de ler, falar sobre livros, trocar ideias ou sente que precisa muito de reatar a sua vida com a leitura pode vir experimentar este encontro de Leitores Achados, incentivado pela Biblioteca Pública da Casa da Achada.

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A quem quiser contribuir para que a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio
continue a existir
A entrada é gratuita em tudo o que a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio faz. Não por riqueza ou por mania. Mas porque decorre da própria ideia que Mário Dionísio tinha da cultura. E nós, vários anos depois, também.
As excepções são as edições, é claro. Que os Sócios Fundadores e Amigos da Casa da Achada podem comprar abaixo do preço do mercado.
Os tempos vão maus e os apoios institucionais também.
Por isso, agora dizemos a toda a gente que toda a gente pode fazer um donativo, se assim o entender.
Opção 1: Cartão de crédito ou Paypal
Faça o seu donativo online, de forma totalmente segura, usando o seu cartão de crédito ou a sua conta Paypal.
Caso opte por esta forma de pagamento, o Paypal irá reter uma pequena percentagem do valor doado, pelo que se quiser garantir que iremos receber a totalidade do seu donativo, faça uma transferência bancária (abaixo).
Opção 2: Transferência bancária
Transfira para o NIB 0036 0000 9910 5869 2830 8 a quantia que desejar doar.
Sugestão: Assinar este texto, completando com a quantia doada, e enviar para a Casa da Achada.
Nota: Pode copiar o texto e enviar por e-mail ou imprimir aqui e enviar via postal.