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Casa da Achada - Centro Mário Dionísio

Casa da Achada - Centro Mário Dionísio

A arte do nosso tempo não é apenas um problema dos artistas, mas de toda a sociedade. Terreno de conflito, de incompreensão, de luta incessante, mas também de encontros, descobertas e novas unidades. A arte e os modos de a produzir, receber e pensar não estão desligados das questões que mais profundamente nos preocupam hoje, num mundo violento, complexo e dividido.

Em 1957 Mário Dionísio escreveu o ensaio Conflito e unidade da arte contemporânea e disse-o em voz alta numa conferência marcante, profunda e polémica. A Casa da Achada reeditou há pouco o texto desta conferência escrita ao mesmo tempo que Mário Dionísio lançava o seu grande ensaio sobre arte e sociedade, A paleta e o mundo.

Decidimos dedicar estes três meses àquele ensaio tão rico, tão profícuo e tão actual que nos desafia também hoje a reflectir sobre as sociedades e as sensibilidades humanas. Para pensar a arte contemporânea não como uma questão de especialistas mas como qualquer coisa que nos diz respeito, afecta, perturba, interroga, inquieta e desperta. Para entender as cores com que se pinta o mundo de hoje. E para o transformar.

«...só o que se espera ardentemente nos chama, sobretudo nas épocas de perplexidade, onde a força da desilusão e do desencanto não é comparável senão à da expectativa renovada de que não sabemos desistir.» MD

Em Janeiro, começa o ciclo «Conflito e Unidade da Arte Contemporânea», a partir da conferência de Mário Dionísio na Sociedade Nacional de Belas-Artes em 1957. Foi editada, pela primeira vez, em 1958 e novamente reeditada, pela Casa da Achada, em Outubro deste ano.

Partindo desta conferência, muito podemos fazer. Discutir o que é a arte, o que é arte abstracta e arte realista, o que é o público e qual o seu papel, o que faz o artista e a sua mão, o que é olhar e ver, o que é ruptura, o que é a história e o tempo.

Mário Dionísio, nesta conferência, não se assumia nem como crítico de arte, nem como historiador, mas «apenas como um incorrigível apaixonado de palavras e cores, que não vê no seu sortilégio tão somente aquela capacidade lúdica a que alguns observadores e doutrinadores, um tanto apressadamente, por vezes as reduzem, mas uma das expressões mais sérias, mais necessárias, mais decisivas de todos nós e de cada um de nós, onde a cada minuto se arrisca e se conquista o nosso próprio destino».a

A obra, nesta recente edição bilingue em português e francês, encontra-se à venda na Casa da Achada. A introdução pode ser lida aqui.

INÍCIO DO CICLO COM A LEITURA
DE CONFLITO E UNIDADE DA ARTE CONTEMPORÂNEA
por Luis Miguel Cintra
e elementos do contexto por Eduarda Dionísio

Sábado, 9 de Janeiro, 16h

Começamos o ciclo com a leitura integral, acompanhada pela projecção de imagens das obras referidas, de Conflito e unidade da arte contemporânea por Luis Miguel Cintra. De seguida, Eduarda Dionísio apresenta-nos elementos do contexto desta conferência de Mário Dionísio, apresentada, pela primeira vez, em 1957.

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THE RETURN OF THE REAL
O porquê da importância deste ensaio de Hall Foster
conferência por Sílvia Chicó

Sábado, 16 de Janeiro, 16h

Referindo o título de um importante ensaio de Hall Foster, The Return of the Real, apresentam-se momentos da arte da contemporânea em que a necessidade do real se faz sentir, após alguma exaustão de múltiplos experimentalismos, em que as linguagens artísticas quase exclusivamente promoveram a apresentação/reflexão sobre os respectivos media. Imergência de um discurso em que algo se desliga do compromisso de uma clássica noção de vanguarda, para recuperar, reinventar, reapresentar, temas eternos da história da arte.

Esta sessão inaugura um ciclo de quatro conferências organizado por Sílvia Chicó:
- Conceptualismo: antecedentes, razões e consequências - sábado, 6 de Fevereiro, 16h;
- O porquê da recuperação dos temas eternos da arte: Paisagem, Retrato e Natureza Morta - sábado, 27 de Fevereiro, 16h;
- Arte e actualidade: Procura de raízes culturais - sábado, 12 de Março, 16h.

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EDITAR À MARGEM
conversa com Joana Bagulho, João Rodrigues, Luhuna Carvalho, Marcos Farrajota, Nuno Moura e outros

Sábado, 30 de Janeiro, 16h

Em 1957, Mário Dionísio fez a conferência Conflito e unidade da arte contemporânea. Logo de seguida, o texto foi publicado pelas Iniciativas Editoriais, uma pequena editora criada por amigos que se reuniam na tertúlia do Bocage, que podiam assim publicar os escritos de que gostavam - poemas, ensaios, conferências, contos... - e ter nas suas mãos a feitura desses livros e a sua distribuição. Estiveram metidos nesta editora João José Cochofel, Carlos de Oliveira, José Gomes Ferreira, José Fernandes Fafe...

E hoje? Em tempos de ditadura do mercado e numa altura em que muito se repete que já ninguém liga a livros, há ainda quem edite à margem? Para quê? Para quem? O quê? O que faz gente continuar a querer publicar textos com as suas próprias mãos (e cabeça...) e passá-los a outros? Que textos? E como conseguem publicar? É preciso dinheiro? Onde e como fazem os livros?

Uma sessão por onde o Vitor Silva Tavares terá de passar.

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O 18 DE JANEIRO
histórias da História com Fátima Patriarca

Quinta-feira, 21 de Janeiro, 18h30

Fátima Patriarca vem falar-nos sobre a revolta operária na Marinha Grande a 18 de Janeiro de 1934.

Nas sessões «histórias da História», conversamos sobre efemérides da História, contemporâneas de Mário Dionísio, pensando sempre também no que se passa hoje. Porque há coisas de que se fala hoje - como a tão badalada «crise» - que não são coisas novas, algumas nunca deixaram de existir, outras ressurgiram em sítios e alturas diferentes.

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RUPTURAS NO CINEMA
Ciclo de cinema

Segundas-feiras, 21h30

«O que a arte moderna nos mostra na sua acidentada evolução é o desaparecimento do assunto ou apenas uma deslocação, aliás profunda, do conceito de assunto? É verdade que a arte dos últimos oitenta anos deixou progressivamente de narrar. Mas terá ela deixado de dizer? Haverá arte que não diga?». Mário Dionísio, na conferência Conflito e unidade da arte contemporânea, falava das artes plásticas. E no cinema? Também foi esse o caminho?

Propomos, para estes três meses, um percurso pela história do cinema (bastante mais curta que a da pintura ou da escultura) que tenta mostrar filmes que representam rupturas, avanços ou mudanças, sejam técnicas ou estéticas. Não seria possível pretender ser exaustivo num tema destes. Por um lado, o cinema evoluiu de forma célere ao sabor dos avanços da técnica, mas também e muito das mudanças nas sociedades, nas políticas, nas vidas.

// 4 de Janeiro
O gabinete do Dr. Caligari (1920, 78’)
de Robert Wiene
Ballet Mécanique (1924, 19’)
de Fernand Léger
apresentados por João Pedro Bénard

// 11 de Janeiro
Nanuk, o esquimó (1922, 79’)
de Robert Flaherty

// 18 de Janeiro
Applause (1929, 80’)
de Rouben Mamoulian

// 25 de Janeiro
L'age d'or (1930, 60’)
de Luis Buñuel
O sangue de um poeta (1932, 55’)
de Jean Cocteau

E, aqui, a restante programação deste ciclo.

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ISSO TAMBÉM EU FAZIA!

Domingos, das 15h30 às 17h30

Mário Dionísio, na introdução de Conflito e unidade da arte contemporânea, disse: «Falo principalmente [...] para aquele público que - em vez de avaliar a obra pela cotação do mercado ou de exclamar diante de certas obras "isto também eu fazia" - compreendeu há muito, ou está compreendendo, que o que se passa nas telas está intimamente relacionado com o seu comportamento perante elas [...]».

Durante o mês de Janeiro, vamos tentar perceber as pequenas (e grandes) dificuldades, problemas e questões na escrita de textos, no desenho, na pintura, na fotografia e na dança. «Isso também eu fazia!»? Então, faz!

// 3 de Janeiro
Textos com Diana Dionísio

// 10 de Janeiro
Desenho com Marta Caldas

// 17 de Janeiro
Pintura com Pierre Pratt

// 24 de Janeiro
Fotografia com David Lopes

// 31 de Janeiro
Dança com Joana Louçã

Para todos a partir dos 6 anos. Máximo de participantes: 10.

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CICLO A PALETA E O MUNDO IV

Segundas-feiras, 18h30

Continuamos a leitura comentada, com projecção de imagens, da 3ª parte de A Paleta e o Mundo, «Os primeiros pintores malditos», de Mário Dionísio.

  • «A Paleta e o Mundo não é uma história, não é um tratado, nem se dirige a especialistas. Quereria ser antes uma longa conversa - porque nunca esqueço que escrever é travar um diálogo constante, uma das várias e mais fecundas maneiras de não estar sozinho. Uma longa conversa com aquelas tantas pessoas, como eu próprio fui, que, vendo na pintura moderna qualquer coisa de chocante cujo porquê se lhes escapa, achariam contudo indigno injuriá-la sem terem feito algum esforço para entendê-la.»

 

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SABIAS QUE?...

CONGRESSO INTERNACIONAL MÁRIO DIONÍSIO:

  • O Projecto Sinestesia do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em colaboração com a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio, o Museu do Neo-Realismo e a Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, vai levar a efeito um Congresso Internacional sobre a vida e a obra de Mário Dionísio, de 27 a 29 de Outubro de 2016.
    Os que se têm dedicado ao estudo da sua intervenção literária, artística, pedagógica e política, e aqueles que desejem pela primeira vez abordar este estudo, são convidados a apresentar trabalhos neste encontro. Os interessados deverão enviar uma proposta de comunicação (resumo de 10 a 15 linhas), acompanhada de um breve curriculum vitae (máximo 1 página), até ao dia 31 de Janeiro de 2016, para o endereço do Centro de Estudos Comparatistas: cec@letras.ulisboa.pt. As propostas serão apreciadas pela Comissão Organizadora e os resultados divulgados até 28 de Fevereiro de 2016.

REUNIÃO DOS AMIGOS DA ACHADA:

  • No domingo, 24 de Janeiro, às 17h30, encontramo-nos na Casa da Achada para conversar sobre o que temos feito, o que queremos fazer, o que podemos fazer, o que está bem e o que está mal...
    É um encontro entre todos os que têm participado, de maneiras diferentes, na Casa da Achada.
    Qualquer pessoa pode ser Amiga da Casa da Achada. Para isso é só preencher um papel e pagar uma quota, de 2€ por mês, 10€ por semestre ou 20€ por ano. Perguntem como ao chegar à Casa da Achada.

NO NOSSO HORÁRIO DE ABERTURA:
2ª, 5ª e 6ª feiras, das 15h às 20h
sábados e domingos, das 11h às 18h

  • EXPOSIÇÃO «REAPRENDER E ENSINAR»
    Através de documentos e imagens inéditos, traçamos o percurso singular de dois professores que também foram alunos antes e depois do 25 de Abril. Mário Dionísio e Maria Letícia Clemente da Silva estiveram ligados ao ensino, deram aulas em vários liceus de Lisboa, e empenharam-se em tornar a escola um lugar de efectiva formação dos jovens. O que pensavam sobre educação e como punham em prática as suas ideias, muito diferentes das que, durante décadas, foram impostas a professores e alunos pelo antigo regime? Uma exposição que nos ajudará a pensar os problemas das escolas hoje.

  • BIBLIOTECA E MEDIATECA DA ACHADA
    A Biblioteca Pública da Achada tem secções de Literatura, Arte, Cinema, Teatro, História, Ciência, Literatura Infanto-Juvenil, etc… Pode-se ler no local ou requisitar livros.
    Na Mediateca estão disponíveis os filmes que temos vindo a projectar nos nossos ciclos de cinema.
    O catálogo da Biblioteca e Mediateca está disponível na internet, aqui.

EM QUALQUER DIA, COM MARCAÇÃO, É POSSÍVEL CONSULTAR:

  • CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
    Constituído pelo arquivo de Mário Dionísio e pela sua biblioteca e de Maria Letícia Clemente da Silva (mais de 6000 volumes e mais de 200 publicações periódicas).
    O catálogo pode ser consultado na internet, aqui.

QUEM QUER EXPERIMENTAR TEATRAR?

  • GRUPO DE TEATRO COMUNITÁRIO DA CASA DA ACHADA
    Quem quer experimentar usar a voz e o corpo para dizer coisas com ou sem palavras? O grupo, com F. Pedro Oliveira, ensaia habitualmente todas as terças-feiras às 21h. É só aparecer e participar.

QUEM QUISER E PUDER PODE AJUDAR A CASA DA ACHADA:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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