A Biblioteca Pública da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio, com mais de 4000 volumes de literatura, arte, filosofia, história, ciência, livros infantis e juvenis, etc. e algumas centenas de publicações periódicas pode ser consultada durante as horas de abertura. Ver Catálogo da Biblioteca Pública. Ver mais informações.
Mediante marcação:
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
O Centro de Documentação, constituído pelo arquivo Mário Dionísio e pela sua biblioteca e de Maria Letícia Clemente da Silva (mais de 6000 volumes e mais de 200 publicações periódicas) pode ser consultado mediante marcação. Ver Catálogo da Biblioteca do Centro de Documentação.
José Júlio Andrade dos Santos (que assinava José Júlio) iniciou a sua actividade de pintor em 1949. Expôs pela primeira vez individualmente em 1951, na Sociedade Nacional de Belas-Artes. A partir desse ano, participou em numerosas exposições colectivas, incluindo as Exposições Gerais de Artes Plásticas (até 1956) e as 2 primeiras Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957 e 1961). Participou na criação da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses e foi membro dos corpos directivos da SNBA.
Foi muito importante a sua função de divulgador, montando exposição «didácticas» centradas em pintores e gravadores, sobretudo modernos (van Gogh, Cézanne, Klee…) em associações de estudantes, na SNBA, e outros locais, e fazendo também palestras sobre pintura e gravura. Licenciado em Matemática e Ciência Geofísica pela Faculdade de Ciências de Lisboa, foi professor de Matemática e de Desenho no Liceu Charles Lepierre.
Filho de um trombonista, José Júlio também se dedicou à música, chegando a realizar uma pequena composição de canto popularizada por Maria de Lourdes Resende, com versos extraídos de um poema de António Nobre, «O Sono do João».
A exposição com cerca de 30 obras de José Júlio na Casa da Achada - Centro Mário Dionísio (entre 25 de Abril e 19 de Agosto) constitui uma homenagem a um grande pintor português, infelizmente bastante esquecido, amigo de Mário Dionísio e sobre o qual este escreveu vários textos, chamando a atenção para a importância e originalidade da sua obra.
A propósito da Exposição de José Júlio
A Aprendizagem da Pintura a partir do caso de José Júlio
A propósito da exposição «José Júlio - pintura e gravura» vamos falar sobre como se aprende a olhar e se aprende a pintar, sobre amadores e profissionais, o papel da divulgação e sobre escolas e ateliers.
Participam nesta conversa João Queiroz e Jorge Silva Melo, que nos vem mostrar o seu filme sobre a Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, da qual José Júlio foi sócio-fundador e presidente, Gravura: esta mútua aprendizagem.
Abre-se um jornal – quando ainda se faz esse gesto antigo – e parece que o centro do mundo é o dinheiro. A falta de dinheiro, o pouco dinheiro, o muito dinheiro, o demasiado dinheiro, o dinheiro guardado – a poupança até tem direito a dia mundial –, o dinheiro usado, o dinheiro roubado, o dinheiro emprestado, oferecido ou por oferecer, ou bem ou mal distribuído, e por aí fora. Créditos e débitos. Dívidas. Bolsas, subsídios, descontos, taxas, impostos.
Greves e manifestações até pertencem agora às páginas de «economia». O preço pelo qual se compra e vende um quadro mais ou menos célebre – ou então o seu roubo – pode ser manchete, assim como o vencedor da lotaria, do totobola, do totoloto, do euromilhões.
Se todos tivéssemos dinheiro, não havia Banco Alimentar. Se todos tivéssemos dinheiro, não se morria à fome, nem havia misericórdias, nem ONGs de caridade, nem IPSSs, nem subsídios de desemprego e de reinserção (quando os há), etc., etc. Nem nasceriam zonas francas nem casinos. Nem quase seriam precisos tribunais que julgam assassinatos, roubos, heranças, partilhas, limites de propriedades... com o dinheiro ao centro.
Muitos – pobres e ricos – vivem para ter dinheiro, para o dividir ou multiplicar – e, os mesmos ou outros, para o gastar. Não se pode
viver sem dinheiro. pelo menos nesta nossa
sociedade.
O dinheiro é mesmo o centro do mundo. E, porque parece sê-lo cada vez mais, e sempre de outras maneiras, organizámos este ciclo de filmes, maior do que os anteriores. E não veremos tudo o que valeria a pena ver. Alguns filmes que neste ciclo caberiam (por exemplo, A quimera do ouro, O quinteto era de cordas, Stavisky) não os passamos agora porque entraram em ciclos anteriores.
Era impossível a 7.ª arte (a literatura, o teatro, antes dela…) não se ocupar do dinheiro. O dinheiro está no centro do mundo e no centro de muitas tragédias e de muitas comédias.
Este ciclo vai, assim, percorrer quase um século de cinema: Aves de rapina de Erich von Stroheim é de 1924, capitalismo - uma história de amor de Michael Moore e erro do banco a vosso favor de Gérard Bitton e Michel Munz (não passou nos cinemas em Portugal) são de 2009. Do mudo ao sonoro, do preto e branco à cor. São 24 filmes de 24 realizadores, produzidos em países vários: EUA, França, Itália, Alemanha, Espanha, Portugal…
E que, aliás, precisaram de dinheiro para serem feitos, distribuídos, vistos, transformados em dvd – independentemente dos seus maiores ou menores orçamentos e das muitas ou poucas receitas de bilheteira.
Chamamos a atenção para uma sessão difícil de que não podíamos prescindir: um filme mudo de mais de três horas – dinheiro de Marcel l’Herbier. E para todos os outros filmes, evidentemente, que nos farão (re)descobrir cinematografias sempre a (re)descobrir e nos farão pensar sobre aquilo em que vale a pena pensar.
Filmes que, ao longo de seis meses, nos farão rir e chorar.
clicar no programa de cinema para ver maior.
Ciclo A Paleta e o Mundo III
Todas as segundas-feiras às 18h30
Leituras com projecção de imagens de textos relacionados
Na 3ª parte do ciclo «A Paleta e o Mundo» lemos obras que foram citadas em A Paleta e o Mundo de Mário Dionísio, ou obras de autores seus contemporâneos.
Em Junho continua a leitura comentada, com projecção de imagens, de Modos de ver de John Berger.
Oficinas para pequenos e grandes
Oficina Tapeçaria Tecida - Domingos 2 e 9 de Junho
Oficina Fazer o que Presta a Partir do que não Presta
A partir dos 12 anos. Número máximo de participantes: 10.
OFICINA FAZER O QUE PRESTA A PARTIR DO QUE NÃO PRESTA
Domingos 16, 23 e 30, das 15h30 às 17h30
Nestes três últimos domingos do mês, com Eupremio Scarpa, vamos imaginar e construir sem desperdiçar com materiais baratos, reutilizar e reciclar o que parece que já não serve para nada.
A partir dos 6 anos. Número máximo de participantes: 10.
Nesta sessão, Cristina Almeida Ribeiro vem falar-nos do conto «Proud beauty», publicado inicialmente em inglês, posteriormente editado em português com o título «Beleza orgulhosa» em Onde a noite se acaba, de José Rodrigues Miguéis.
34.ª sessão de uma série com periodicidade mensal, a partir de livros e autores referidos por Mário Dionísio num depoimento sobre «Os livros da minha vida».
«Onde a noite se acaba era, de facto, um prodígio de exercício(s) e desafio, escrito num estilo aliciante que, como o de Garrett, não temia o estrangeirismo para ser inequivocamente português. Nele o autor se media com Camilo, Eça, Fialho e nele se revelava ou confirmava ser "um dos maiores escritores de língua portuguesa dos nossos dias". O que hoje corroboro, cortando apenas o restritivo "dos nossos dias" para substituir estas palavras por "de sempre".» Mário Dionísio, «Sem Rodrigues Miguéis» (artigo para o Diário de Lisboa, 1980), republicado em Entre palavras e cores alguns dispersos (1937-1990) (CA-CMD, 2009)
Terminam em Junho as sessões mensais, inseridas no ciclo «Mário Dionísio, escritor e outras coisas mais», sobre a obra literária de Mário Dionísio por Maria Alzira Seixo.
Esta é a sessão das conclusões, dissenções e aberturas. Um olhar sobre a pintura dionisiana. Perspectiva comparatista: o traço e a frase, o encadeado das manchas e a segmentação discursiva, arquitecturas visuais e textuais.
Em seis sessões mensais, Maria Alzira Seixo, professora catedrática da Faculdade de Letras de Lisboa, apresenta a obra literária de Mário Dionísio. Abordou-se a Autobiografia, a crítica e o ensaio, a poesia, o conto e o romance.
«Dizer, na relação de criar, foi, parece-nos, o essencial da actividade deste escritor, que sempre lidou com imagens, as da visão do mundo e as da sua expressão, as da configuração alienante e as de uma possível abertura de horizontes bloqueados. Daí que a sua preocupação cultural fosse sempre constante, e que o seu trabalho da palavra arriscasse sentidos que a procura do rigor e da nitidez não afastavam da perplexidade e da dúvida.
E é aqui talvez que se situa, para Mário Dionísio, a complementaridade da história e da reflexão, isto é, a consciência dos níveis do tempo envolvido na experiência da condição humana e na sua reflexão, que a sua ficção exemplarmente demonstra e com extrema felicidade desenvolve.» Maria Alzira Seixo, no texto «Mário Dionísio, cultor de imagens», publicado em«Não há Morte nem Príncipio» - a propósito da vida e obra de Mário Dionísio(Biblioteca-Museu República e Resistência, 1996)
Inaugurámos os Encontros de Leitores, do projecto «Palavras que o vento não levará», em Janeiro. Continuam todas (à excepção de Maio) as últimas quartas-feiras de cada mês.
Neste mês recebemos o escritor José Mário Silva que vai pôr toda a gente a ler e a falar, ouvir, ler e contar, dizer da sua justiça. E procurar nas estantes da Biblioteca da Achada, levar livros para ler em casa. E passar aos outros o que sim, o que não.
Nesta sessão vamos falar sobre 28 de Junho de 1914 - Os Tiros de Sarajevo, o começo da Era Moderna com Sebastião Lima Rego. Os tiros de Sarajevo resultaram no assassinato do arquiduque Francisco Fernando e teve grande influência no início da I Guerra Mundial.
Neste ciclo, «histórias da História», conversaremos sobre efemérides da História, contemporâneas de Mário Dionísio, pensando sempre também no que se passa hoje. Porque há coisas de que se fala hoje - como a tão badalada «crise» - que não são coisas novas, algumas nunca deixaram de existir, outras ressurgiram em sítios e alturas diferentes. Já falámos sobre a ascenção de Hitler ao poder, sobre a Comuna de Paris, sobre as «aparições» de Fátima, sobre a Guerra Civil de Espanha e o franquismo nas populações de fronteira e sobre a Independência da Guiné, sobre o golpe em Espanha em 1981, sobre os derrotados no 25 de Abril de 1974.
A quem quiser contribuir para que a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio continue a existir
A entrada é gratuita em tudo o que a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio faz. Não por riqueza ou por mania. Mas porque decorre da própria ideia que Mário Dionísio tinha da cultura. E nós, vários anos depois, também.
As excepções são as edições, é claro. Que os Sócios Fundadores e Amigos da Casa da Achada podem comprar abaixo do preço do mercado.
Os tempos vão maus e os apoios institucionais também.
Por isso, agora dizemos a toda a gente que toda a gente pode fazer um donativo, se assim o entender.
Sugestão: Assinar este texto, completando com a quantia a enviar, e mandar para a Casa da Achada,