A Biblioteca Pública da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio, com mais de 4000 volumes de literatura, arte, filosofia, história, ciência, livros infantis e juvenis, etc. e algumas centenas de publicações periódicas pode ser consultada durante as horas de abertura. Também a Mediateca, que se encontra em formação, pode já ser consultada e verem-se filmes no local ou levá-los para casa, emprestados. Ver Catálogo da Biblioteca Pública e Mediateca. Ver mais informações.
Mediante marcação:
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
O Centro de Documentação, constituído pelo arquivo Mário Dionísio e pela sua biblioteca e de Maria Letícia Clemente da Silva (mais de 6000 volumes e mais de 200 publicações periódicas) pode ser consultado mediante marcação. Ver Catálogo da Biblioteca do Centro de Documentação.
Programação:
Ciclo: Estas Cidades
As cidades que habitamos, onde trabalhamos, passeamos e viajamos. As cidades de prédios e edifícios, de teatros, cinemas e cafés, de gente apressada nas ruas e avenidas, de gente sentada nos bancos de jardim, nas paragens de autocarro ou em cais à espera do comboio.
Cidades em transformação. Crescendo para norte e sul, em altura, rompendo e criando novas velhas fronteiras. Cidades que são poemas, história, reboliço. Apitos, sirenes, ruídos, gritos, murmúrios, o metal e o cimento em construção. Cheiros de guisados e caril, de escapes e fumo de cigarros, de lixo e de maresia. Uma cidade «é uma constante transferência de visões e afectos; é o aplauso à modernização e uma súbita, inexplicável tristeza pelo que desaparece; é a funda e fértil contradição, latente em todas as pessoas e coisas, provocando um estado poético», dizia Mário Dionísio nos anos 50.
Propomos este ciclo sobre cidades a pensar no mundo que por elas passa, no que nelas muda, na vida das pessoas, nas suas habitações e locais de encontro, na expansão e na sobreposição, no chão que pisamos e nas paredes onde nos encostamos, nas subidas e descidas. Cidades que acolhem gente, mas também expulsam, que derrubam muros e levantam outros, que se partilham ou que se deixam vender. Que se abrem e se fecham. O ciclo é feito a partir de Lisboa, cidade onde estamos, sem esquecer, porém, que «moramos nas cidades todas».
Fotografias, montagens, textos em francês e português. Com prolongamentos no exterior. Uma proposta para ler Lisboa de outras maneiras, feita aos seus habitantes e aos muitos que por ela passam, por quem não vive nela mas que se apaixonou por ela, que a ela vai regressando com frequência de há mais de 20 anos para cá e que a foi estudando com o olhar, o andar, as conversas e os livros.
Autores da exposição: Jean-Luc Le Douarec, francês, jornalista (textos); Alain Campos, francês, pintor (imagens).
Após a inauguração, conversamos com os seus autores sobre os porquês da exposição e o seu olhar de Lisboa. Afinal, em que consiste ler uma cidade?
* conversa com tradução simultânea
Ciclo A Paleta e o Mundo IV
Todas as segundas-feiras às 18h30
Leituras com projecção de imagens de textos relacionados
Continuamos a leitura comentada, com projecção de imagens, da 3ª parte de A Paleta e o Mundo,«Os primeiros pintores malditos», de Mário Dionísio.
«A Paleta e o Mundo não é uma história, não é um tratado, nem se dirige a especialistas. Quereria ser antes uma longa conversa - porque nunca esqueço que escrever é travar um diálogo constante, uma das várias e mais fecundas maneiras de não estar sozinho. Uma longa conversa com aquelas tantas pessoas, como eu próprio fui, que, vendo na pintura moderna qualquer coisa de chocante cujo porquê se lhes escapa, achariam contudo indigno injuriá-la sem terem feito algum esforço para entendê-la.»
Foi lançada no passado dia 30 de Janeiro, no início da sessão «Editar à margem», umacampanha para apoio à reedição d’A Paleta e o Mundo. Esta obra histórica sobre arte e sociedade de uma actualidade surpreendente, ensaio pelo qual Mário Dionísio recebeu o Grande Prémio de Ensaio de 1962, está praticamente esgotada (já só existem para venda alguns dos 5 volumes da 2ª edição de 1973-74) e é nossa vontade conseguir reeditá-la ainda este ano, centenário do nascimento de Mário Dionísio.
Quem quiser dar o seu contributo (no mínimo dois euros) só tem de vir à Casa da Achada e tratar do assunto. Se preferir pagar por transferência bancária (IBAN: PT50 0036 0000 9910 5869 2830 8), deve enviar-nos um email (para casadaachada@centromariodionisio.org) com o seu nome, o comprovativo, e a indicação de que o valor se destina à reedição d’A Paleta e o mundo. Os nomes dos apoiantes figurarão na futura edição.
A Casa da Achada já tinha programado, no Verão de 2014, um ciclo de filmes – «Cidades de certas maneiras» – sobre a temática das cidades. Porque fazemos questão em não repetir filmes já exibidos, propomos agora que a abordagem ao tema da cidade seja feita por filmes em que a arquitectura seja – de vários modos e por razões muito diferentes – o factor comum.
Para citar alguns exemplos: no filme de abertura – Vontade indómita – o protagonista é um arquitecto; Os amantes da ponte nova foi programado por ser uma a reconstrução fidelíssima de uma cidade real; O último metro pela reconstrução histórica; os documentários de Pasolini ouLisboetas pela relação entre a cidade e os seus habitantes; Paris que dorme e O eclipse, pelo aproveitamento que dramaticamente tiram da arquitectura da cidade; Play time - Vida moderna e os filmes de ficção por razões óbvias.
Domingos 6 e 26 de Junho de 2016 das 15h30 às 17h30
Retomando a poesia de Mário Dionísio (tratados na oficina de leitura que decorreu no mês de Maio), vamos, com Carla Mota, pegar em folhas de papel com estes poemas impressos e ilustrá-los com materiais diversos. Aproveitar a mancha de texto, cortar e colar, compor e decompor, riscar com canetas, lápis ou pastel, fazer uma mancha em aguarela, desenhar ou pintar... Experimentar a mistura de técnicas e materiais diversos. É este o desafio...
A partir dos 10 anos. Número máximo de participantes: 10.
VAMOS CONSTRUIR UM HERBÁRIO
Domingo 19 de Junho de 2016 das 15h30 às 17h30
Vamos construir um herbário com Marco Marques.
A partir dos 8 anos. Número máximo de participantes: 10.
10, 11 e 12 de Junho
Sessão pública: domingo, 12 de Junho, 15h
A Leitura Furiosa destina-se aos que, sabendo ler, estão zangados com a leitura – crianças e adultos, homens e mulheres, empregados e desempregados, portugueses e estrangeiros.
A Leitura Furiosa é um acontecimento especial que acontece anualmente há vários anos em Lisboa e, ao mesmo tempo, noutras cidades. Uma dela é Amiens, em França, onde nasceu.
Para a Associação Cardan, de Amiens, que imaginou a Leitura Furiosa e a trouxe até Lisboa, e para a Casa da Achada o saber deve ser acessível àqueles que dele normalmente são excluídos, o saber e a cultura devem nascer de uma ligação com o conjunto da sociedade e a cultura pode e deve ser analisada por aqueles que habitualmente não a praticam ou pouco se ocupam dela. Por aí passa uma outra integração na sociedade daqueles que vivem com mais dificuldades e problemas vários que os afastam dessa cultura. Que pode ser menos aborrecida do que às vezes parece.
A Leitura Furiosa dura três dias. É um momento especial: quem é (ou que a vida tornou) zangado com a leitura, a escrita (e até o mundo) encontra-se com escritores! É um momento único que permite a um não-leitor aproximar-se da magia da escrita, por intermédio de uma pessoa que escreve literatura. Cada um faz ouvir a sua voz e até pode seguir depois um novo caminho, ao descobrir pessoas, coisas, frases, palavras que têm a ver com a sua vida e podem fazer pensar. Em si e nos outros. E na cidade, como propomos este ano na Casa da Achada, por estarmos no ciclo «Estas cidades»: Leitura Furiosa de uma cidade.
Alguns pequenos grupos de gente zangada com a leitura (entre 4 e 6 pessoas) convivem durante um dia (sexta-feira 10 de Junho), com um escritor, convidando-o para um passeio pelo bairro onde se encontram e conversando, de pé ou sentados. Pelo caminho, almoçam. E continuam a conversar.
À noite, o escritor escreverá em casa um pequeno texto, a partir do encontro, que oferecerá ao grupo com quem esteve, quando, no dia seguinte (sábado 11 de Junho), voltarem a encontrar-se, desta vez na Casa da Achada. Lê-se o texto, fala-se do texto, muda-se o texto. E os textos dos vários grupos são ilustrados por desenhadores convidados, à vista de toda a gente.
Depois do almoço, em que zangados com a leitura, escritores e ilustradores se reúnem, todos os grupos visitarão, com o seu escritor, a Casa da Achada e a sua biblioteca e a exposição «Lisboa acima Lisboa abaixo / Lisbonne, lecture d'une ville».
No domingo (12 de Junho, às 15h), os textos são tornados públicos (os que vêm de França são traduzidos para português) numa sessão de leitura em voz alta feita por actore. Será distribuída uma brochura ilustrada, com os textos escritos nas várias cidades, onde cada um, de uma maneira ou de outra, estará: mesmo quem está zangado com a leitura pode entrar, querendo ou não querendo, na literatura que os leitores costumam ler e que os zangados com ela poderão ler também.
Em Lisboa, os escritores João Paulo Esteves da Silva, Miguel Cardoso, Miguel Castro Caldas e Nuno Milagre encontram-se com grupos de pessoas da Associação Espaço Mundo, do Centro Social de São Bento, do Conselho Português para os Refugiados e daEscola n.º 10 do Castelo e escrevem textos que serão ilustrados por Bárbara Assis Pacheco,Marta Caldas, Nadine Rodrigues, Pierre Pratt e Zé d'Almeida e lidos por Andresa Soares,Bruno Humberto, F. Pedro Oliveira, João Cabral, Sofia Ortolá e outros.
E mais tarde nascerá disto tudo um livro, de dezenas de grupos, de escritores e ilustradores que às mesmas horas falaram, ouviram, contaram, perguntaram, responderam, leram, desenharam, em várias partes do país e do mundo. Coisas iguais e coisas diferentes.
A habitação tem sido um tema que tem surgido nos nossos vários debates. Esteve presente, claro, numa conversa, em Abril, sobre o SAAL, e na discussão que tivemos, no mês passado, sobre o turismo. Desta vez, vamos directamente ao assunto.
Não querendo evitar as razões que têm levado aos problemas da habitação, optámos por convidar três pessoas que estão ligadas às lutas, e que têm metido as mãos na massa, pelo direito à habitação: Aitor Varea Oro, arquitecto que coordena o Habitar Bonfim, Duarte Guerreiro, que nos vem contar o que é a Plataforma de Afectados por la Hipoteca no Estado Espanhol, e Francisco d'Oliveira Raposo, membro do Habita - Colectivo pelo Direito à Habitação e à Cidade.
A Norte, o vento frio na cara, mais abaixo, o vento quente do deserto. Passamos pela queda do comunismo, pelas ruínas, fachadas e toda a poluição (e que faço eu aqui?). Projecções plásticas, não prometemos, mas encontrámos línguas impossíveis e imaginamos drogas aqui e ali. E apitos, vozes iradas, (de repente) gritos. A paisagem? É a noite e a madrugada. Entretanto, noutros textos, visitamos dolorosas arquitecturas.
O nosso mapa é um disco: Mutantes S.21 dos Mão Morta.
Abrimos o mapa: «Lisboa, Cais do Sodré». Depois, Amesterdão, Budapeste, Barcelona, Marraquexe, Berlim, Paris e Istambul. No fim, a «cidade de sempre» ou o «reino da luz» por descobrir. Sonhos de mil e uma fantasias a toda a velocidade.
Sessão organizada por Lara Afonso, Marta Raposo e Youri Paiva. Com participações do mundo inteiro.
Ser livre em pleno salazarismo não era nada fácil: o controlo asfixiante, a censura, havia a PVDE/PIDE e qualquer voz contra era logo calada, reduzida ao silêncio.
Mário Dionísio era um espírito livre, atravessou toda a ditadura, mas conseguiu recortar o seu espaço de liberdade: a escrita, a pintura, o jornalismo e, depois, os cafés, as tertúlias, o empenho político, nunca abdicando do seu «mundo». Com dificuldades, com derrotas, mas nunca se rendeu.
Este passeio quer ser uma (re)descoberta da Lisboa diferente de Mário Dionísio, do MUD e do Diabo, do Grémio Alentejano, do Café Portugal e do Martinho. Locais cheios de histórias e estórias que serão visitados e acompanhados com a leitura de excertos de livros, entrevistas, artigos e poemas do Mário Dionísio, protagonista desta Lisboa Livre.
Passeio orientado por Eupremio Scarpa e com leituras a várias vozes.
A quem quiser contribuir para que a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio
continue a existir
A entrada é gratuita em tudo o que a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio faz. Não por riqueza ou por mania. Mas porque decorre da própria ideia que Mário Dionísio tinha da cultura. E nós, vários anos depois, também.
As excepções são as edições, é claro. Que os Sócios Fundadores e Amigos da Casa da Achada podem comprar abaixo do preço do mercado.
Os tempos vão maus e os apoios institucionais também.
Por isso, agora dizemos a toda a gente que toda a gente pode fazer um donativo, se assim o entender.
Opção 1: Cartão de crédito ou Paypal
Faça o seu donativo online, de forma totalmente segura, usando o seu cartão de crédito ou a sua conta Paypal.
Caso opte por esta forma de pagamento, o Paypal irá reter uma pequena percentagem do valor doado, pelo que se quiser garantir que iremos receber a totalidade do seu donativo, faça uma transferência bancária (abaixo).
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Transfira para o NIB 0036 0000 9910 5869 2830 8 a quantia que desejar doar.
Sugestão: Assinar este texto, completando com a quantia doada, e enviar para a Casa da Achada.