A Biblioteca Pública da Casa da Achada-Centro Mário Dionísio, com mais de 4000 volumes de literatura, arte, filosofia, história, ciência, livros infantis e juvenis, etc. e algumas centenas de publicações periódicas pode ser consultada durante as horas de abertura. Também a Mediateca, que se encontra em formação, pode já ser consultada e verem-se filmes no local ou levá-los para casa, emprestados. Ver Catálogo da Biblioteca Pública e Mediateca. Ver mais informações.
Mediante marcação:
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO
O Centro de Documentação, constituído pelo arquivo Mário Dionísio e pela sua biblioteca e de Maria Letícia Clemente da Silva (mais de 6000 volumes e mais de 200 publicações periódicas) pode ser consultado mediante marcação. Ver Catálogo da Biblioteca do Centro de Documentação.
A história humana é uma história de migrações, mas elas são hoje dominadas pelos critérios do neoliberalismo e do sistema económico capitalista. Uns podem mover-se livremente no mundo. Outros não. Uns viajam por recreio, outros para fugir à guerra e à miséria. O dinheiro passa, as mercadorias passam, as armas passam as fronteiras, mas muita gente fica retida por não ter papéis. A regulação das migrações é hoje em dia feita na base de violências e desigualdades brutais.
A Casa da Achada - Centro Mário Dionísio propõe um ciclo para debater as fronteiras, o que elas significam, o que elas escondem, o que elas protegem, num mundo de discriminação e guerra, num momento histórico em que as fronteiras voltam a tornar-se autênticos cemitérios para refugiados que procuram apenas um lugar onde viver em paz. Para pensar os modos de as passar e de as questionar, derrubando os muros que se levantam de novo (mesmo dentro de cada país), e que tantas vezes nos afastam dos vizinhos, dos colegas e dos amigos. Porque também há fronteiras pelas quais passamos todos os dias, quando atravessamos uma porta ou um bairro que não conhecemos.
Por isso propomos iniciativas e debates para pensar porque se ergueram e erguem de novo barreiras entre pessoas e ideias, porque se desenham fronteiras dentro e fora das nossas cabeças. Para derrubar muros mas também para separar águas e clarificar ideias.
A fotografia é entre muitas outras coisas mais, um trabalho de memória – durante ou depois. Giuseppe Morandi fotografa há 60 anos talvez. Começou pelos camponeses da sua terra, na planície do Pó, Itália, que já não há. Foi parar nos últimos tempos aos imigrantes de vários continentes que agora lá vivem e cumprem no mesmo lugar os poucos trabalhos que ainda restam. Irrita-se porque hoje as pessoas dizem gostar mais das suas fotografias do passado do que das do presente…
Às dezenas de fotografias a preto e branco por ele escolhidas e por Paolo Barbaro (professor de História da Fotografia na Universidade de Parma e que tem acompanhado o trabalho de Giuseppe Morandi sobre o qual muito escreveu), acrescentam-se, por proposta deste (para ver, claro, e para pensar), 6 fotos a cores de Nancy Goldring (Urban Amnesia), conhecida fotógrafa americana, desconhecida em Portugal.
Visitas guiadas por Eupremio Scarpa nos sábados 10, 17 e 24 de Setembro, às 11h30.
Continuamos a leitura comentada, com projecção de imagens, da 3ª parte de A Paleta e o Mundo,«Os primeiros pintores malditos», de Mário Dionísio.
«A Paleta e o Mundo não é uma história, não é um tratado, nem se dirige a especialistas. Quereria ser antes uma longa conversa - porque nunca esqueço que escrever é travar um diálogo constante, uma das várias e mais fecundas maneiras de não estar sozinho. Uma longa conversa com aquelas tantas pessoas, como eu próprio fui, que, vendo na pintura moderna qualquer coisa de chocante cujo porquê se lhes escapa, achariam contudo indigno injuriá-la sem terem feito algum esforço para entendê-la.»
Foi lançada no passado dia 30 de Janeiro, no início da sessão «Editar à margem», umacampanha para apoio à reedição d’A Paleta e o Mundo. Esta obra histórica sobre arte e sociedade de uma actualidade surpreendente, ensaio pelo qual Mário Dionísio recebeu o Grande Prémio de Ensaio de 1962, está praticamente esgotada (já só existem para venda alguns dos 5 volumes da 2ª edição de 1973-74) e é nossa vontade conseguir reeditá-la ainda este ano, centenário do nascimento de Mário Dionísio.
Quem quiser dar o seu contributo (no mínimo dois euros) só tem de vir à Casa da Achada e tratar do assunto. Se preferir pagar por transferência bancária (IBAN: PT50 0036 0000 9910 5869 2830 8), deve enviar-nos um email (para casadaachada@centromariodionisio.org) com o seu nome, o comprovativo, e a indicação de que o valor se destina à reedição d’A Paleta e o mundo. Os nomes dos apoiantes figurarão na futura edição.
Ao longo de 13 sessões, de Julho a Setembro, a Casa da Achada vai mostrar 15 filmes onde as fronteiras têm um papel importante. São, quase na totalidade, filmes de ficção de países diferentes que apresentam as dificuldades de passar uma fronteira (e de lá ficar retido), as fronteiras na II Guerra Mundial, fronteiras por cima e por baixo da terra, o racismo e a xenofobia muitas vezes presentes.
Por ser Verão, o ciclo será ao ar livre, na Rua da Achada. Há mantas para os dias mais frios e se chover a projecção é feita dentro da Casa da Achada. A entrada é livre, todos os filmes em língua estrangeira são legendados, e há sempre uma apresenção e espaço para uma conversa.
// 4 de Julho O peregrino (1923, 47’) O emigrante (1917, 30’)
de Charlie Chaplin
apresentados por Pedro Soares
// 11 de Julho Terminal de aeroporto (2004, 128’)
de Steven Spielberg apresentado por João Pedro Bénard
// 18 de Julho No man's land (1985, 110’)
de Alain Tanner com apresentador a confirmar
// 25 de Julho A sede do mal (1958, 95’)
de Orson Welles
apresentado por Inês Sapeta
Como se desenharam e continuam a desenhar as fronteiras da Europa? Porque se construíram e continuam a construir muros e barreiras? Como se erigiu esta Europa Fortaleza?
Parece necessário responder com urgência, mas sem perder a consciência histórica, quando vemos gente impedida de entrar nesta Europa «farpada», quando foge da guerra, da opressão ou da pobreza. Mas como?
Um debate em duas partes para pensar os novos e velhos arames farpados da Europa, a sua história, as suas razões e as suas consequências.
15h: desenhar fronteiras - debate com Pedro Caldeira Rodrigues e Pedro Rita.
17h30: passar fronteiras - debate com Frederico Lobo e Mamadou Ba.
21h30: projecção de Bab Sebta de Frederico Lobo e Pedro Pinho, com a presença dos realizadores.
Vivências de Fronteira
Conversa com César Rina, Dulce Simões e Joaquim Pais de Brito
Como se vive nas zonas de fronteira entre países? Quando as línguas são diferentes, cria-se uma própria para comunicar? E quando é preciso passar a fronteira, leva-se o passaporte, ou a fronteira quase não se sente? E as aldeias divididas a meio? Onde se encontram as pessoas?
Muitas questões ficam no ar para quem vive em Lisboa, uma cidade, capital de um país, onde as fronteiras são desenhadas por colinas e pelo rio e pela oposição de cidade/campo. Por isso, para conhecer melhor as vivências de fronteira entre Portugal e Espanha, convidámos César Rina, historiador que tem estudado o iberismo no século XIX e a construção das fronteiras entre ambos os países, Dulce Simões, que tem investigado a relação da população de Barrancos com a fronteira, particularmente durante a Guerra Civil Espanhola, e Joaquim Pais de Brito, ex-director do Museu de Etnologia e grande estudioso da aldeia raiana Rio de Onor/Rihonor de Castilla.
A quem quiser contribuir para que a Casa da Achada-Centro Mário Dionísio
continue a existir
A entrada é gratuita em tudo o que a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio faz. Não por riqueza ou por mania. Mas porque decorre da própria ideia que Mário Dionísio tinha da cultura. E nós, vários anos depois, também.
As excepções são as edições, é claro. Que os Sócios Fundadores e Amigos da Casa da Achada podem comprar abaixo do preço do mercado.
Os tempos vão maus e os apoios institucionais também.
Por isso, agora dizemos a toda a gente que toda a gente pode fazer um donativo, se assim o entender.
Opção 1: Cartão de crédito ou Paypal
Faça o seu donativo online, de forma totalmente segura, usando o seu cartão de crédito ou a sua conta Paypal.
Caso opte por esta forma de pagamento, o Paypal irá reter uma pequena percentagem do valor doado, pelo que se quiser garantir que iremos receber a totalidade do seu donativo, faça uma transferência bancária (abaixo).
Opção 2: Transferência bancária
Transfira para o NIB 0036 0000 9910 5869 2830 8 a quantia que desejar doar.
Sugestão: Assinar este texto, completando com a quantia doada, e enviar para a Casa da Achada.